Alcolumbre rechaçaria cargos nos Correios por vaga no STF, dizem fontes

Interlocutores afirmam que ele não foi procurado para tratar do assunto e que trata a questão de forma institucional, não política

Fontes ligadas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), dizem que não existe a possibilidade de ele aceitar a indicação de nomes para a diretoria dos Correios como forma de "acalmar" os pedidos de senadores em prol da indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o STF. 

As mesmas fontes informam que o senador não recebeu nenhuma oferta do governo e que tomou conhecimento dessa possibilidade pela imprensa. 

A pessoas próximas, no entanto, Alcolumbre teria dito repudiar qualquer hipótese de entrar em uma negociação com o Planalto envolvendo esses cargos.

Nesta quinta-feira (16), o governo pretendia oferecer a Alcolumbre três diretorias dos Correios.

Segundo relatos, Alcolumbre ficou "ofendido" com essa hipótese e que não misturaria uma questão institucional -- o futuro do Supremo -- com a indicação de cargos em uma estatal. 


Os Correios vivem uma crise financeira sem precedentes e anunciaram tratativas para captar R$ 20 bilhões em um empréstimo envolvendo bancos privados e públicos.

O dinheiro ajudaria a companhia estatal a fechar as contas em 2025 e em 2026, enquanto promete implementar um plano de reestruturação.

Há pouco menos de um mês, o economista Emmanoel Schmidt Rondon, ex-funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu a estatal com a missão de controlar as contas da empresa. Agora, a expectativa é que ao menos três diretorias também mudem de mãos.

Segundo fontes, nesta quarta, Juliana Picoli Agatte, diretora de Governança e Estratégia, já perdeu o cargo. Ela teria sido indicada pelo atual presidente do PT, Edinho Silva. 

Outros dois diretores devem ser demitidos na próxima semana. Trata-se dos responsáveis pelas diretorias de Operações -- atualmente sob o comando de um indicado da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) -- e Gestão de Pessoas –- comandada pelo União Brasil.