Crime da 113 Sul: julgamento de Adriana Villela será retomado na terça-feira

Superior Tribunal de Justiça analisa pedido de prisão imediata da arquiteta condenada a mais de 60 anos pela morte dos pais e da empregada da família, em Brasília. Crime foi em 2009; Adriana responde em liberdade.


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou para terça-feira (10) a continuação do julgamento do recurso especial da arquiteta Adriana Villela no caso que ficou conhecido como Crime da 113 Sul. A sexta Turma do STJ analisa o pedido de prisão imediata da arquiteta apresentado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo assistente da acusação. 

O julgamento começou no dia 11 de março, quando o relator, ministro Rogerio Schietti Cruz, rejeitou o pedido da defesa para anular o júri e votou pela imediata execução da pena. No entanto, a votação foi suspensa após pedido de vista do ministro Sebastião Reis Júnior (entenda mais abaixo).

🔎PEDIDO DE VISTA: ocorre quando um magistrado ou ministro, ao participar de um julgamento colegiado, solicita mais tempo para analisar o processo antes de proferir o seu voto.

Adriana Villela foi condenada a 61 anos pela morte dos pais e da funcionária da família. O crime foi em 2009, ela é apontada como mandante, mas recorre da sentença em liberdade.

Foram mortos a facadas, dentro do apartamento do sexto andar do bloco C da 113 Sul, quadra nobre de Brasília:

Júri popular e recurso

O crime ocorreu em 28 de agosto, por volta das 19h, segundo a perícia. Os corpos foram encontrados, em estado de decomposição, em 31 de agosto de 2009, pela filha de Adriana Villela.

O julgamento de Adriana só aconteceu 10 anos depois, em 2019, e foi o mais longo da história do Distrito Federal: 10 dias de duração, mais de 103 horas. A tese da acusação convenceu a maioria dos jurados.

Segundo o Ministério Público, o crime foi cometido por desavenças financeiras entre Adriana Villela e os pais. Os promotores alegaram que ela interferiu nas investigações e que os pais da arquiteta já tinham reclamado do "temperamento agressivo" da filha.

Durante o júri, a defesa da arquiteta reafirmou a inocência dela, fez críticas à denúncia apresentada pelo Ministério Público do DF e às investigações comandadas pela Polícia Civil. Segundo a defesa, o caso foi um latrocínio e "não há provas e nem mesmo indícios de que ela tenha cometido o triplo assassinato".

Além de Adriana Villela, outros três homens foram condenados pelo triplo homicídio: